Demorei (muito), mas não poderia faltar uma resenha desse filme incrível. Estou falando, é claro, de Atomic Blonde, ou, no Brasil, Atômica, o não mais tão novo filme de espiões de Charlize Theron. Mas, ainda assim, o Canary Reviews tem uma resenha prontinha para vocês!
Acontece que só me dei conta há pouco tempo que não tinha feito a resenha de Atomic Blonde ainda, quase como aconteceu com The Night Manager. Mas, seja como for, vamos em frente! Vou começar falando das duas coisas que mais me chamara a atenção no filme. A primeira é a fotografia. Atomic Blonde se passa em Berlim na década de 80, então todas as cenas ou têm um ar frio e gélido, possivelmente fazendo menção à situação política e social da época, (ou seja, a Guerra Fria e as crises de espionagem) ou há muitas luzes neon e geralmente muita música dos anos 80, para mostrar que, mais do que o centro da Guerra Fria, Berlim também era uma cidade que tentava acompanhar sua época, que a cidade não simplesmente parou depois da Segunda Guerra.
A segunda coisa que marca muito o filme é a fantástica trilha sonora. Como disse, todas as músicas são da época e não foram escolhidas ao acaso. Diferentemente de outros filmes de espionagem, como 007 Skyfall, por exemplo, a trilha sonora não é só a música de fundo, ela está lá para reforçar ainda mais o ponto que ressaltei à respeito da fotografia, contextualizar Berlim culturalmente nos anos 80. Mas, mais do que isso, tem David Bowie que eu amo.
Já que comecei a falar dos aspectos mais técnicos do filme, vou aproveitar a oportunidade para falar de um ponto importantíssimo em filmes de ação, as cenas de ação em si. Apesar de considerar algumas delas um tanto longas demais, Atomic Blonde traz um pouco mais de realidade para os filmes de espiões, e a prova disso é que Lorraine, a personagem de Charlize Theron (Mad Max), apesar de lutar de saltos altos, também acaba saindo mancando ou com um olho roxo. Nada de espiões saindo de lutas com apenas a gravata levemente fora do lugar e arrumando ela enquanto alguma coisa explode atrás deles.
Charlize Theron, nem preciso dizer, está fantástica em Atomic Blonde. Do guarda-roupa impecável e o novo corte de cabelo, às cenas de luta e respostas afiadas de Lorraine, ela não poderia estar melhor. James Bond em botas da Yves Saint Laurent. James McAvoy (X-Men e Fragmentado), aqui em um papel bem diferente do que estamos acostumados, nos entrega uma performance incrível que nos faz até simpatizar com seu anti-herói. Esqueçam Charles Xavier ou Robbie de Atonement, David Percival, seu personagem em Atomic Blonde, definitivamente não é um mocinho. Já Sofia Boutella (A Múmia), nos encanta com sua ingenuidade em meio à caótica Berlim, tentando sobreviver e se adaptar como pode e ainda ajudando Lorraine em sua cruzada.
Nossa nota do Canary Reviews para Atomic Blonde é um sólido 9,2, e esperamos muito uma sequência para esse filme tão fantástico. Lorraine era exatamente a personagem que faltava no cinema, uma heroína que se mostra tão boa (ou até melhor) quanto qualquer herói, lembrando muito nossa amada Canário Negro no Universo DC. Quem sabe Lorraine não ajuda a combater, além dos soviéticos, a misoginia nos filmes de ação?
"Lorraine Broughton (Charlize Theron), uma espiã do MI6, é enviada para Berlim durante a Guerra Fria para investigar o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos. Ao lado de David Percival (James McAvoy), chefe da localidade, a assassina usa todas as suas habilidades nesse confronto de espiões."
*Atomic Blonde está disponível para aluguel na Amazon Prime
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