Demorou mais de um mês, mas finalmente assisti o novo filme da Netflix, Enola Holmes. E aqui está uma adorável resenha desse filme adorável.
Vamos aos fatos. Eu sou uma grande fã de Sherlock Holmes, já li todos os livros e amo muito Sherlock, então posso ser um pouco preconceituosa quanto à novas adaptações. Quando vi que Enola Holmes era sobre a "irmã" do Sherlock Holmes, não nego que fiquei com um pé atrás. Para mim, Enola Holmes estava para Sherlock Holmes como A Criança Amaldiçoada está para os outros livros de Harry Potter. Por isso demorei tanto para me render e sequer assistir o filme, e como eu estava errada!
Começando do começo, o filme é fantástico. Millie Bobby Brown é uma atriz incrível (e ela tem só 16 anos!) e a própria Enola foi construída de uma maneira tão boa e natural que é impossível não gostar dela. (Fazendo um paralelo, a Eurus de Sherlock não teve quase nenhuma construção, ela simplesmente caiu de paraquedas na última temporada com um arco de história fantasioso que ninguém entendeu de onde veio.) Enola Holmes não é como as outras adaptações/releituras das histórias de Connan Doyle. É uma história leve e divertida, mas que não perde a essência da história original, cheia de enigmas e mistérios, com um ótimo desenvolvimento.
Todo o filme é maravilhosamente construído, e deixa à desejar em pouquíssimos aspectos, mas a ambientação, os figurinos e principalmente as atuações não são alguns deles. Como disse antes, Millie Bobby Brown é definitivamente a estrela do filme, com uma atuação fantástica que dá vida à Enola de forma surpreendente, talvez por ser uma atriz de realmente 16 anos interpretando uma personagem de 16 anos, coisa rara ultimamente. Mas, aproveitando a oportunidade, não poderíamos deixar de falar de Helena Bonham Carter, que, mais uma vez, nos encanta com uma personagem levemente incomum e incrivelmente cativante.
Seguindo em frente com o elenco, nosso eterno Superman, Henry Cavill. Um dos pontos fortes de Enola Holmes, na minha opinião de fã de Sherlock Holmes, é que ele representa o famoso detetive de forma muito mais próxima das histórias originais do que Benedict Cumberbatch ou Robert Downey Jr.. Por algum motivo, foi criada uma aura de excentricidade ao redor de Sherlock Holmes que não faz parte dos livros, e Henry Cavill trouxe justamente esse Sherlock esquecido para as telas, um Sherlock mais humano e menos excêntrico, que se permite dar risada da irmã mais nova e não entra em crise porque alguém solucionou um caso antes dele. É possível ver o Sherlock de Cavill indo criar abelhas no campo, mas não o de Benedict Cumberbatch.
Eu poderia continuar e falar sobre Mycroft e as diferenças de Enola Holmes com as obras originais, mas não vou fazer isso. Talvez outro dia. Vamos nos concentrar nos pontos bons do filme, como a história adorável e, como disse antes, muitos personagens cativantes. A história, como definiu brilhantemente Helena Bonham Carter, é uma oposição direta à misoginia de Sherlock Holmes nos trabalhos originais de Connan Doyle, criando para ele uma irmã mais nova tão brilhante quanto ele e um conjunto todo de personagens femininas fortes e inteligentes. Não é mais só Irene Adler que consegue derrotar Sherlock. Além disso, todo o arco de Enola e Tewkesbury (Louis Partridge) é realmente adorável e divertido, e os dois jovens atores brilham em cena. Nossa nota para Enola Holmes não poderia ser nada menos que 9,4, e está mais do que indicado!
"Quando sua mãe desaparece em seu aniversário de 16 anos, Enola (Millie Bobby Brown) procura a ajuda de seus irmãos mais velhos, Sherlock e Mycroft. Mas assim que ela percebe que eles estão menos interessados em resolver o caso do que mandá-la para o internato, Enola faz a única coisa que uma garota esperta, cheia de recursos e destemida em 1880 faria. Ela foge para Londres para encontrá-la. Encontrando diversos personagens memoráveis pelo caminho, Enola se acha no meio de uma conspiração que pode alterar o rumo da história política."
*Enola Holmes está disponível com exclusividade na Netflix
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