O clássico de Joe Wright completa 15 anos hoje, dia 10/02/2021.
Quem diria que, mesmo 15 anos depois, ainda lembraríamos de "mais uma" adaptação do clássico do romance de Jane Austen? Mas Orgulho e Preconceito (2005) pode ser qualquer coisa, menos só mais uma adaptação de um livro famoso. Depois de ninguém menos que Colin Firth no papel do orgulhoso Sr. Darcy, seria loucura pensar ser possível fazer uma releitura do clássico que chegasse aos pés da feita em 1995 (de Colin Firth), e não havia ninguém disposto a arriscar mais do que Joe Wright. Wright tem uma longa história com adaptações fabulosas de livros icônicos e quase sempre junto de Keira Knightley, mas tudo começou com um projeto ambicioso, um diretor aventureiro e um elenco ainda sem muita projeção na época. Falando em elenco, Joe Wright definitivamente tem um talento extraordinário quando se trata de identificar futuras estrelas. Orgulho e Preconceito conta com nomes como Keira Knightley, Matthew Macfadyen, Rosamund Pike, Carey Mulligan, Talulah Riley, Donald Sutherland, Judy Dench e outros. (Pike, Mulligan e Sutherland, inclusive, são indicados ao Globo de Ouro desse ano) Eu poderia ficar falando de todos os acertos de Joe Wright ao longo de sua carreira, mas isso fica para um outro post.
Voltando ao Sr. Darcy e à Srta. Bennet, Orgulho e Preconceito de 2005 é item obrigatório na cinelist de qualquer romântico, apaixonado por literatura ou por filmes de época por aí. Mas, se você não é nenhuma dessas três coisas, ainda deveria assistir, pois é mais uma das obras de arte de Joe Wright. (Já estou considerando uma série de posts com esse título) A fotografia, os cenários, as músicas e todo o glamour da Inglaterra rural do início do século 19 já são suficientes para encantar qualquer um, então adicione ainda o romance que aumentou o padrão para todos os outros romances, e você tem uma obra simplesmente irresistível. Sublime. Jane Austen deve estar orgulhosa.
Mas, só esses dias, quase 15 anos depois do lançamento da versão de 2005, que eu descobri que entre os fãs mais intensos de Jane Austen há uma enorme discussão entre o Darcy de Colin Firth e o de Matthew Macfadyen. Como eu pessoalmente não conheço o de Firth, não seria uma disputa justa, mas Matthew Macfadyen encanta em cada cena como Sr. Darcy. A atuação dele é como ver representadas todas as linhas de narração à respeito de seu personagem no livro. Cada sentimento, cada emoção, casa pensamento... está tudo ali, sem que ele tenha que dizer uma única palavra. Para mim, vai ser difícil Colin Firth superar esse Darcy.
Já Keira Knightly é a própria personificação da irreverente Lizzy Bennet, a "segunda em idade e beleza" das irmãs Bennet, mas definitivamente a primeira em determinação, teimosia e, claro, preconceito. A mais velha das irmãs Bennet é Jane, interpretada por Rosamund Pike, o que pode ser uma surpresa para quem está assistindo o filme pela primeira vez. Pessoalmente, demorei um pouco para me acostumar com ela, já que assisti Garota Exemplar antes de Orgulho e Preconceito (entendedores entenderão), mas ela é a personagem mais doce e ingênua que você verá, talvez atrás somente do Sr. Bingley (Simon Woods). E a beleza de orgulho e preconceito reside justamente aí. É uma grande junção de personagens com as mais variadas personalidades que são unidos por família, amizade ou amor. Além, é claro, de casas charmosas e excelentes batatas cozidas.
"Elizabeth Bennet vive com sua mãe, pai e irmãs no campo, na Inglaterra. Por ser a filha mais velha, ela enfrenta uma crescente pressão de seus pais para se casar. Quando Elizabeth é apresentada ao belo e rico Darcy, faíscas voam. Embora haja uma química óbvia entre os dois, a natureza excessivamente reservada de Darcy ameaça a relação."
*Orgulho e Preconceito está disponível na Netflix
P.S. Não se esqueça de dar uma olhada no nosso post sobre os 10 anos de Atonement (Desejo e Reparação), também do diretor Joe Wright aqui
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